A Última ceia e as Olimpiadas

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Hoje, me coloco diante de vocês para expressar uma profunda preocupação compartilhada por muitos na comunidade católica em relação ao uso da imagem da Última Ceia durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas em Paris. Para nós, católicos, a Última Ceia não é apenas uma obra-prima artística; ela representa a instituição da Sagrada Eucaristia, um dos ritos mais sagrados de nossa fé.

 

A Última Ceia é o momento em que Jesus compartilhou sua última refeição com seus discípulos, estabelecendo o sacramento da Eucaristia, que os católicos ao redor do mundo, celebram com reverência e devoção. Este momento sagrado está no coração das nossas celebrações e vida espiritual. É durante a Eucaristia que acreditamos que o pão e o vinho se tornam o corpo e o sangue de Cristo; um mistério que transcende o mero simbolismo e toca o cerne de nossa fé  e espiritualidade católica.

 

Ver este momento profundo sendo utilizado em um contexto secular e comercial, como parte de uma cerimônia olímpica, é profundamente perturbador. Parece que algo sagrado foi apropriado para entretenimento, despojado de seu significado espiritual e reduzido a um mero espetáculo.

 

Este ato não apenas desrespeita nossos sentimentos religiosos, mas também mina a santidade de um aspecto central de nossa fé. É imperativo reconhecer e respeitar os símbolos religiosos e as práticas de todas as comunidades, assegurando que tais elementos sagrados não sejam mal utilizados, banalizados ou trivializados.

 

Apelamos aos organizadores dos Jogos Olímpicos, ao Comitê Olímpico Internacional e a todos os envolvidos na criação de tais eventos para que abordem os símbolos religiosos com o respeito e reverência que merecem. A riqueza de nossas diversas culturas e crenças deve ser celebrada com sensibilidade e compreensão; não com ações que possam levar à divisão ou desrespeito.

 

Que isso seja um lembrete de que, enquanto nos esforçamos para alcançar a unidade e a celebração através de eventos globais como as Olimpíadas, também devemos estar atentos às crenças profundas e sagradas que formam a base da vida de muitas pessoas. Trabalhemos juntos para garantir que nossos esforços para unir as pessoas, não causem inadvertidamente dor ou desrespeito a nenhuma comunidade.