A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara
dos Deputados realizará, em 22 de agosto, uma importante audiência pública,
convocada pelo deputado federal Evair de Melo, para discutir a alarmante taxa
de aprovação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) em
2022.
Evair trouxe à tona uma preocupante estatística: no último
Revalida, realizado no segundo semestre de 2022, apenas 3,75% dos inscritos
obtiveram aprovação. Esse resultado representa a menor taxa de aprovação na
história do exame, que foi implementado em 2011. Em suas palavras, o deputado
destacou: "Cerca de 96% dos candidatos que realizaram as provas foram
reprovados na primeira ou segunda etapa, e, consequentemente, não conseguiram
validar seus diplomas."
O Revalida é um exame conduzido pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) com o propósito de
validar diplomas de médicos estrangeiros no Brasil.
No mês de março, logo após o anúncio da retomada do
Programa “Mais Médicos”, o deputado cobrou do Governo Federal a manutenção das
melhorias implementadas pelo Programa “Médicos pelo Brasil”. Um ponto destacado
é sobre a importância de se priorizar a contratação de médicos brasileiros com
salários justos a fim de proporcionar dignidade a esta atividade profissional e
o sucesso do programa, além da agilidade aos processos de revalidação dos
diplomas daqueles profissionais brasileiros que se formaram fora do país.
"Muitos médicos brasileiros formados no exterior, que
realizaram recentemente o Revalida, têm apresentado reclamações quanto às
inconsistências no conteúdo das provas, ao aumento injustificado na nota de
corte e à falta de coerência na correção. Sem a aprovação no Revalida, tanto
brasileiros quanto estrangeiros formados em medicina em outros países não podem
solicitar o registro nos conselhos de medicina do Brasil", destacou o
deputado Evair de Melo, expressando sua preocupação.
O deputado ainda ressaltou que muitos candidatos afirmam
que as provas são "elaboradas para reprovar" e sugerem uma possível
"sabotagem" em relação aos formados no exterior. Vários desses
profissionais tiveram seus recursos negados pelo órgão e decidiram recorrer à
Justiça na tentativa de reverter o resultado.
Para a reunião, foram convidados importantes representantes
das áreas envolvidas:
- Elizabeth Regina Nunes Guedes, presidente da Associação
Nacional das Universidades Particulares;
- Júlio Braga, médico conselheiro do Conselho Federal de
Medicina;
- Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos
Municípios;
- Representante do Ministério da Educação; e
- Ulysses Tavares Teixeira, diretor de Estudos Educacionais
do Inep.
O debate está marcado para iniciar às 10 horas, no plenário
9, e promete trazer à tona discussões fundamentais para buscar soluções e
melhorias no processo de revalidação de diplomas médicos no país.
O Revalida subsidia o processo de revalidação dos diplomas
de médicos que se formaram no exterior e desejam atuar no Brasil. O exame é
direcionado tanto aos estrangeiros formados em medicina fora do Brasil quanto
aos brasileiros que se formaram no exterior.