Nesta quinta-feira (21), o relator da CPI do MST, deputado federal Ricardo Salles (PL/SP) apresentou o seu parecer dos trabalhos do colegiado. No documento, Salles sugeriu o indiciamento de 11 pessoas, entre elas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias e o líder da Frente de Luta Campo e Cidade, José Rainha.
O deputado federal Evair de Melo (Progressistas/ES) fez várias contribuições ao relatório. Uma delas, foi que o relator incluísse a denúncia feita por Evair na CPI do MST contra Beatriz Vendramini, filha caçula do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, sobre a aquisição de cerca de 850 hectares em Guarantã do Norte, em Mato Grosso. As terras adquiridas por Beatriz pertenciam ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas foram passadas para o nome da herdeira do ministro, indevidamente.
Durante o depoimento de Fávaro na CPI do MST, no dia 17 de agosto, Evair de Melo questionou o Ministro sobre sua filha ter se tornado proprietária de uma grande gleba de terras em Mato Grosso, a qual seria uma área devoluta, portanto, não passível de usucapião. Na ocasião, o Ministro confessou que era área devoluta.
No que se refere a essa denúncia, o parlamentar protocolou também na CPI do MST um requerimento de convocação para que a filha do Ministro comparecesse à CPI, para prestar esclarecimentos à suposta irregularidade na apropriação e até a possibilidade de grilagem de terra, mas o documento não chegou a se deliberado pelo colegiado da Comissão.
JOSÉ RAINHA
O líder da Frente de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha, convocado por Evair de Melo na CPI do MST para prestar esclarecimentos sobre a promoção de ocupações de terras pelo Brasil, também foi citado por Salles na lista dos pedidos de indiciamento, pelos supostos crimes de extorsão e falso testemunho.
Em diversas reuniões da CPI, Evair destacou o passado obscuro de José Rainha. Em especial no estado do Espírito Santo.
Vale lembrar que José Rainha foi preso algumas vezes. Neste ano, ele foi preso após ser acusado de extorquir donos de propriedades rurais, passando pouco mais de três meses na prisão. Mas foi solto, no dia 13 de junho, após desembargadores da 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo atenderem aos pedidos de habeas corpus da defesa dos acusados.
“Em 1997, José Rainha, amigo de Lula, assassinou um produtor rural no Estado do Espírito Santo, e no julgamento, lá na cidade de Pedro Canário, quem estava na porta do fórum? Lula. O julgamento foi feito novamente, na cidade de Vitória, no ano 2000. Quem estava na porta do Fórum de Vitória, com uma grande equipe mobilizada? Lula. Ninguém falava mais de José Rainha, só foi Lula voltar ao posto de Presidente que ele reapareceu. Não dá para admitir que criminosos sigam invadindo terras produtivas e privadas, causando prejuízos e medo. Sou totalmente a favor que ele seja indiciado por seus crimes”, afirmou Evair de Melo.
SUGESTÕES DE PROPOSTAS LEGISLATIVAS
Evair de Melo também sugeriu ao relator da CPI do MST a inclusão de 10 Projetos de Lei e 7 requerimentos de informações aos Ministros de Estado do Governo Lula, que tramitam na Câmara dos Deputados, para serem dados mais atenção no âmbito dos trabalhos do Legislativo.
As sugestões do deputado federal capixaba foram:
VOTAÇÃO DO RELATÓRIO
Como a oposição pediu vistas, ou seja, precisam que ocorram duas sessões no Plenário da Câmara para que seja votado o documento, o relatório deve ser votado na próxima quarta ou quinta-feira, dias 26 ou 27 de setembro. Com isso, abre brecha para novas sugestões dos parlamentares ao relatório de Salles.
Confira abaixo o relatório lido por Salles na Comissão: