A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (12), dentre outros, três requerimentos que convidam ministros do governo Lula para prestar esclarecimentos sobre a recente importação de arroz.

Os requerimentos, apresentados pelo deputado Evair de Melo (Progressistas/ES), presidente da comissão, têm como objetivo investigar a origem dos recursos, a transparência nos processos de compra e possíveis fraudes em leilões. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, será ouvido na CAPADR nesta quarta-feira (19), às 10h e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, deverá comparecer no dia 3 de julho. A ida de Haddad ainda não tem previsão.

"O governo sinalizou que não honra seu compromisso. A decisão de importar arroz representa uma quebra de contrato com o setor produtivo, já que não há necessidade de importação. Outro fator importante a ser considerado é a forma como isso foi feito, de maneira fraudulenta e inescrupulosa. Portanto, agora vamos seguir com as investigações.", diz Evair.

Detalhes dos Requerimentos

Requerimento 88/2024: Convoca o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para esclarecer a origem dos R$7,2 bilhões destinados à importação de arroz. O objetivo é detalhar como esses recursos serão utilizados para comprar até 1 milhão de toneladas de arroz, que serão vendidas a preços subsidiados para conter a alta de preços após enchentes no Rio Grande do Sul​​.

Requerimento 89/2024: Convida o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para discutir o impacto dessa importação nos pequenos e médios agricultores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, além de esclarecer possíveis fraudes no leilão realizado em 6 de junho​​.

Requerimento 90/2024: Convoca o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para prestar esclarecimentos sobre a operação de importação e distribuição de arroz, conhecida como "arroz tia Janja". Este requerimento também investiga possíveis irregularidades no leilão de 6 de junho, que levantou dúvidas sobre a competitividade e a transparência do processo​​.

Esses esclarecimentos são essenciais para garantir a transparência e a confiança do setor agrícola nas ações governamentais, especialmente em um momento de crise para os produtores do Rio Grande do Sul. As respostas dos ministros são aguardadas com grande expectativa por toda a cadeia produtiva do arroz e pela sociedade brasileira.