Ministro da Agricultura e Ex-Secretário do MAPA serão ouvidos na Câmara dos Deputados

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A partir desta terça-feira, estão programadas audiências públicas na Câmara dos Deputados com a presença do ex-Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, e do Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Ambos serão ouvidos na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na terça-feira e quarta-feira, às 10 horas, no Plenário 6.

A discussão sobre a necessidade de importação de arroz foi desencadeada pelo anúncio do governo federal de adquirir mais de 100 mil toneladas do produto, em resposta à elevação dos preços causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. No entanto, o leilão inicialmente realizado foi posteriormente anulado devido a indícios de problemas técnicos e financeiros em algumas das empresas vencedoras.

Com a safra de arroz do Rio Grande do Sul já colhida e os produtores locais com estoques, surgem questionamentos sobre a real necessidade de importação. Além disso, há vozes que ressaltam a importância de ações que valorizem a produção nacional e garantam o abastecimento interno, enquanto criticam o governo por considerarem a importação de arroz estrangeiro prejudicial à agricultura brasileira.

Neri Geller, ex-Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, foi exonerado do cargo após suspeitas de irregularidades no leilão do arroz. A Polícia Federal (PF) está investigando a licitação, que foi oficialmente suspensa pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O pregão arrematou 263.730 toneladas do cereal de quatro empresas por R$ 1,3 bilhão.

Diante desse cenário, a presença de Carlos Fávaro na Câmara dos Deputados se torna um ponto central de discussão, uma vez que sua participação é fundamental para esclarecer as estratégias do Ministério da Agricultura diante do tema polêmico da importação de arroz.

“Nós usaremos de todas as prerrogativas da Comissão de Agricultura de convocações, pedidos de explicações, acionamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Essa compra do arroz vamos acionar a Polícia Federal para o processo investigativo, porque dentro dessa fumaça, pode se dizer, tem muito fogo. Vamos usar todas as prerrogativas regimentais”, disse Evair de Melo.