O deputado federal Evair de Melo (Progressistas/ES) manifestou solidariedade aos familiares e amigos do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, que faleceu nesta quinta-feira(29), em Belo Horizonte, em decorrência complicações no seu estado de saúde após uma cirurgia no quadril.
“Hoje perdemos uma grande liderança da agricultura brasileira, uma referência a ser seguida. Um visionário, que foi fundamental para a introdução de tecnologia na produção agrícola. Foi responsável pela estruturação da Embrapa e trouxe a importância da pesquisa para expansão do setor. Grande defensor da agricultura brasileira, sempre muito bem quisto por onde passava, sempre teve o respeito e carinho de todos. Não foi à toa que foi indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Merecidamente! Meus profundos sentimentos aos familiares e amigos de Paolinelli. Ele deixou uma imensa saudade em nossos corações, mas tenham certeza que ele também deixou um brilhante legado para a agricultura brasileira. Honraremos o seu legado”, elogiou Evair de Melo.
Mineiro de Bambuí, Alysson Paolinelli, foi engenheiro agrônomo, professor universitário e ex-deputado constituinte pelo PFL/MG nos anos 1980 e considerado o "Pai da Agricultura". Ele era amplamente reconhecido como um dos principais expoentes da agricultura no Brasil, sendo responsável pela estruturação Embrapa na década de 1970.
Também chefiou o Ministério da Agricultura durante todo o governo de Ernesto Geisel, de 1974 a 1979. Naquela época se iniciou o processo de modernização tecnológica que iria transformar a velha agricultura latifundiária do país. Paolinelli estava no comando de uma verdadeira revolução.
Até os anos de 1970, o Brasil praticava uma agricultura incipiente, baseada em conhecimento importado, gerado na Europa e nos EUA. Tudo mudou desde então. Hoje, se implementa um modelo próprio de produção rural, uma agropecuária altamente produtiva, adaptada às condições tropicais e subtropicais do país.
Paolinelli fez da ocupação agropecuária do cerrado sua grande obra. Chamava-se PoloCentro o projeto pioneiro. Tecnologia e ousadia o marcavam. A fronteira do Centro-Oeste era tida como imprestável, devido aos seus solos ácidos, arenosos e áridos. Em 30 anos, tornou-se a região mais pujante do agro nacional.
O Brasil de antigamente dependia de importações de comida para satisfazer ao povo. Até leite vinha do exterior. Agora, produz o suficiente para atender ao mercado interno e rende excedentes, exportados para cerca de 160 países. Em 10 anos, o Brasil se tornará a maior nação agropecuária do mundo.
Ele foi indicado para receber o Prêmio Nobel da Paz, por fornecer alimentos ao mundo assegura maior harmonia entre os povos.
Sua sólida e humanista formação assegurou a consistência de suas ações políticas. Por 3 vezes assumiu a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais. Lá, criou um projeto de colonização agrícola no cerrado brasileiro, que se estendeu para outros estados durante seu posto como ministro. Também foi deputado constituinte em 1988, ajudou a formatar os capítulos da política agrícola e agrária do país.
Alysson Paolinelli é o patrono da agricultura tropical. Mais que comandar, ele iluminou o caminho de uma obra coletiva. Envolveu governos, empresas, pesquisadores, políticos, agricultores. Um esforço conjunto, centrado no agro, em busca do desenvolvimento brasileiro.
Em 2006, Paolinelli recebeu o World Food Prize, prêmio internacional criado por Norman Borlaug, conhecido como um "Nobel da alimentação”. A premiação reconhece a contribuição a segurança alimentar mundial.
Em 2022, o ex-ministro foi homenageado por Jair Bolsonaro, enquanto Presidente da República, durante um discurso feito na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Bolsonaro fez elogios ao ex-ministro da Agricultura, ao falar sobre o atual papel do país na produção de alimentos como um dos maiores exportadores mundiais e disse que “isso só foi possível graças a pesados investimentos em ciência e inovação, com vistas à produtividade e à sustentabilidade”.