PRESIDENTE DA COMISSÃO DE AGRICULTURA, EVAIR DE MELO, REALIZA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR O LEILÃO DO "ARROZÃO"

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Hoje (18), o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, deputado Evair de Melo (Progressistas/ES), conduziu uma audiência pública para debater estratégias e avaliar a necessidade de importar 1 milhão de toneladas de arroz.

 

Durante o encontro, o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, defendeu que não houve má-fé na realização do leilão para importação de arroz, mas sim um "equívoco político". "Sempre que necessário, onde quer que seja, estou disponível para discutir o assunto. Não tenho nada a esconder", completou o ex-secretário.


Outro fato mencionado foi que, quando assumiu a secretaria em dezembro do ano passado, logo em seguida, em janeiro, foi convocado para discutir o preço do arroz, que naquela época já estava "fora da curva" e contribuía para a alta inflacionária.

 

Membros da comissão se posicionaram e questionaram Geller sobre possíveis irregularidades durante o processo de compra. Ademais, os parlamentares também levantaram dúvidas sobre o motivo de o governo insistir na importação de arroz, considerando os impactos no mercado interno e nos produtores nacionais.

 

“A Comissão cumpriu seu papel dada a relevância do tema. Esse debate, inclusive, já está convencendo a maioria dos brasileiros sobre a não necessidade da importação do arroz. Trouxemos o ex-secretário para trazer a sua versão dos fatos, demos espaço para o contraditório e, naturalmente, continuaremos esse debate amanhã com a presença do Ministro Carlos Fávaro, pois há uma grande cortina de fumaça. Tendo em vista que o governo já sinalizava comprar arroz mesmo antes da tragédia no Rio Grande do Sul, é essencial que esclareçamos todas as dúvidas”, afirmou o deputado Evair de Melo.

 

Além de Geller, participaram da audiência ANTÔNIO DA LUZ, economista chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul - FARSUL

 



Sobre o leilão do arroz

 

Inicialmente, o leilão foi proposto após as tragédias no Rio Grande do Sul, que devastaram muitas plantações e comprometeram a safra. Porém, segundo o relato do ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, o processo de compra já estava em pauta pelo Governo Federal.

 

O processo enfrenta críticas devido ao volume significativo de importação planejado, cerca de 1 milhão de toneladas, levantando preocupações sobre o impacto na produção nacional e na economia dos produtores locais. Além de supostas fraudes por parte das empresas que ganharam o leilão, que poderiam ter utilizado informações privilegiadas para manipular os preços.

 

"Portanto, o governo ter usado desta tragédia, das lágrimas dos gaúchos em cima de corpos que ainda não foram sepultados para aumentar o drama, é um oportunismo diante da tragédia, fazendo uma operação meramente política”, concluiu Evair de Melo.